sexta-feira, abril 28, 2006

Se tudo quanto cresce...

"Se tudo quanto cresce (eu fico a meditar)
Apenas um momento alcança a perfeição;
Se os astros vêm, com influência oculta, comentar
As meras peças que no mundo tem acção;

Se os homens sei que como as plantas arborescem
E o céu que lhes dá aplauso é o céu que os vem variar:
Gloriam-se de seiva e no ápice decrescem,
Para afinal esse auge esplêndido olvidar;

Então, pensando nessa instável permanência,
Mais jovem eu te vejo, amor, à minha frente,
Embora queria o Tempo, ouvindo a Decadência,

Mudar teu jovem dia em noite deslizante.
E, por amor de ti, em guerra o tempo enfrento:
Quanto ele em ti suprime, é quanto te acrescento."

William Shakespeare

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