Lugares de sonho
Quando começamos a descrer de utopias?
Quando nossas mentes tornam-se frias a elas?
Quando ocorre a defenestração de nossos sonhos e nas janelas permanecem medonhos horizontes de chão sem fim?
É assim, um dia a gente deixa de lutar, de buscar, de sonhar, de acreditar na metamorfose do mundo! E o fundo sem fim da indiferença ronda, sonda e arromba nossas portas, nossos portos, nossas esperanças mortas e nossos passos tortos.
Nesta hora, somos tijolos compondo o muro, seguro, da castração. Neste agora estamos no solo maldito e escuro da desilusão.
Não há utopias -- lugares dos sonhos -- pois a pragmática do mundo, nada estática, afundou fundo os dias dedicados a elas.
Um solvente universal arremessou pelas janelas da alma os não-lugares para realizar a calma operação da venda de sonhos sem vida pela estabelecida valoração de um vil metal.
From: Icaro
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