A Pequena Sereia...
"A Pequena Sereia era a filha do rei Tritão, era uma sereia diferente das outras cinco irmãs.
Era muito quieta, não era difícil vê-la distante e pensativa. (...)
A Pequena Sereia queria ver as cores douradas que surgiam no céu, quando o sol de escondia no horizonte. A chuva, com as nuvens cor de chumbo.
Conhecer o arco-íris, as flores, as montanhas, as plantas. Às vezes as cinco irmãs subiam juntas à superfície para passear e a Pequena Sereia ficava triste no seu quarto no castelo, sentia uma enorme angústia e uma coisa estranha, parecia ter vontade de chorar, embora as sereias não chorem, pois não têm lágrimas.
Até que o dia tão esperado chegou.
O coração da Pequena Sereia saltitava de felicidade. Recebeu de presente da sua avó um colar de pérolas, símbolo da realeza.
A pequena sereia chegou à superfície na hora do pôr-do-sol. O céu estava dourado com nuvens rosadas. Ela ficou maravilhada com o que via. (...)
Ela avistou um grande navio com três mastros e nadou até ele.
O céu escureceu e no navio foram acesas centenas de lanternas coloridas.
A sereiazinha nadou contornando o navio e pela escotilha do salão viu pessoas alegres, dançando. Um rapaz em especial chamou-lhe atenção. Passadas algumas horas, o vento começou a soprar forte. A Lua e as estrelas desapareceram do céu e começaram a surgir trovões e relâmpagos. (...)
De repente a sereiazinha viu o príncipe. Ele estava-se afogando. Ela sentia que tinha que ajudá-lo. Ela nadou entre os destroços do navio e alcançou-o.
O jovem príncipe estava desmaiado.
Ela segurou firmemente, mantendo a cabeça dele para fora da água e flutuou com ele até a tempestade passar. Ao raiar do sol, a sereiazinha verificou que o príncipe respirava tranquilamente. Ela ficou aliviada em ver que ele estava bem, ficou tão contente que o beijou.
Nadou com ele até uma praia, o deitou na areia e escondeu-se atrás das rochas. (...)
A sereiazinha ficou aliviada por ter salvado o jovem, mas ficou triste pois temia não o ver novamente.
A Pequena Sereia voltou para o seu castelo no fundo do mar.
As irmãs a encontraram triste e quieta. Após longa insistência, a sereiazinha contou-lhes toda a sua aventura. Uma das irmãs sabia quem era o príncipe e sabia que ele morava num castelo à beira-mar. As seis sereias nadaram até lá. Esconderam-se atrás de uns rochedos, esperaram até que viram o príncipe e viram que ele estava bem. A pequena sereia pensava muito no jovem príncipe. Ela daria sua vida para ser humana e encontrar-se com o príncipe
nem que fosse só por um dia. (...)
Numa noite, a Pequena Sereia tomou uma decisão: foi procurar a Feiticeira do Mar.
A feiticeira é uma bruxa, que morava no meio dos redemoinhos, cercada de plantas cheias de espinhos e animais peçonhento e perigosos."
Texto:Hans Christian Andersen
imagem:Yoko Ikeno
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