terça-feira, setembro 30, 2008

Hoje sinto-me assim...

"As únicas cópias boas são aquelas que nos mostram o ridículo dos maus originais."

François, Duque de La Rochefoucauld

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segunda-feira, setembro 29, 2008

Chateau de Chambord...

autor desconhecido

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Apesar de...

"Apesar de todas as qualidades do espírito se poderem encontrar num grande espírito, algumas há, no entanto, que lhe são próprias e específicas: as suas luzes não têm limites, actua sempre de igual modo e com a mesma actividade, distingue os objectos afastados como se estivessem presentes, compreende e imagina as coisas mais grandiosas, vê e conhece as mais pequenas; os seus pensamentos são elevados, extensos, justos e inteligíveis; nada escapa à sua perspicácia, que o leva sempre a descobrir a verdade, através das obscuridades que a escondem dos outros. Mas, todas estas grandes qualidades não impedem por vezes que o espírito pareça pequeno e fraco, quando o humor o domina. Um belo espírito pensa sempre nobremente; produz com facilidade coisas claras, agradáveis e naturais; torna visíveis os seus aspectos mais favoráveis, e enfeita-os com os ornamentos que melhor lhes convêm; compreende o gosto dos outros e suprime dos seus pensamentos tudo o que é inútil ou lhe possa desagradar. Um espírito recto, fácil e insinuante sabe evitar e ultrapassar as dificuldades; adapta-se facilmente a tudo o que quer; sabe conhecer e acompanhar o espírito e o humor daqueles com quem priva e ao preocupar-se com os interesses dos amigos, faz progredir e firmar os seus. Um bom espírito vê todas as coisas como devem ser vistas; aprecia-as como merecem, sabe escolher o lado mais vantajoso, e se defende com firmeza os seus pensamentos, é porque lhes conhece a força e a razão.
Há uma diferença entre um espírito útil e um espírito prático: podemos envolver-nos em negócios sem pensar apenas nos nossos interesses particulares; há pessoas hábeis em tudo o que não lhes diz respeito, e muito desastradas em tudo o que lhes respeita, mas há outras que, pelo contrário, possuem uma habilidade que se limita ao que lhes toca directamente e que sabem tirar partido de tudo. Podemos ter no conjunto um ar sério e dizer por vezes coisas agradáveis e divertidas; esta espécie de espírito convém a toda a gente e em todas as idades da vida. Os jovens têm vulgarmente um espírito divertido e trocista, mas sem seriedade, o que por vezes os tornam incómodos. Nada é mais difícil do que querer agradar sempre, e os aplausos que muitas vezes recebemos por divertir os outros não justificam que nos arrisquemos à vergonha de os aborrecer quando estão de mau humor. A ironia é uma das qualidades de espírito mais agradáveis e mais perigosas: agrada sempre quando é delicada; mas receamos sempre aqueles que a usam demasiado. No entanto, o gracejo pode permitir-se, quando não é acompanhado de malícia, e quando fazemos participar nele as próprias pessoas de quem falamos. É difícil ter um espirito sarcástico sem fingir alegria ou sem se ser trocista; é necessário muito acerto para se ser irónico sem cair num destes extremos. A ironia é uma lufada de alegria que enche a imaginação e lhe faz ver em caricatura os objectos à sua volta; o humor adiciona-lhe mais ou menos doçura ou azedume; há uma forma de ironia delicada e lisonjeira que apenas aflora os defeitos que as pessoas estão dispostas a confessar, que sabe disfarçar os elogios sob a aparência de críticas e revela o que eles têm de favorável simulando pretender escondê-lo. Um espírito fino e um espírito finório são muito diferentes. O primeiro agrada sempre; é penetrante, tem pensamentos delicados e apercebe-se das coisas mais subtis. Um espírito finório nunca funciona a direito, serve-se de rodeios e desvios para atingir os seus objectivos; esta conduta cedo se descobre, é sempre temível e quase nunca leva às coisas grandes. Há alguma diferença entre um espírito fogoso e um espírito brilhante. Um espírito fogoso vai mais longe e com maior rapidez; um espírito brilhante possui vivacidade, encanto e acerto. A doçura de espírito tem algo de fácil e acomodatício, que agrada sempre, quando não é insípida. Um espírito minucioso aplica-se com ordem e regra a todas as particularidades dos assuntos que se lhe apresentam. Esta aplicação limita-o vulgarmente a pequenas coisas; não é, no entanto, incompatível com vistas mais largas, e quando estas qualidades coincidem num mesmo espírito, elevam-no infinitamente acima dos outros. Abusou-se da expressão «belo espírito», e embora tudo o que ficou dito sobre as diferentes qualidades do espírito se possa aplicar a um belo espírito, como esta designação foi entretanto aplicada a um sem número de maus poetas e autores enfadonhos, servimo-nos mais vezes dela para ridicularizar do que para louvar. Apesar de existirem vários epítetos para qualificar o espírito que parecem semelhantes, o tom e a maneira de os pronunciar fazem toda a diferença; mas como os tons e as maneiras não podem escrever-se, não entrarei em pormenores que seria impossível explicar bem. A maneira como nos exprimimos vulgarmente é bastante esclarecedora e ao dizermos que um homem tem espírito, que tem bastante espírito, que tem muito espírito e que tem bom espírito, só os tons e as maneiras podem estabelecer a diferença entre estas expressões aparentemente semelhantes no papel o que, no entanto, exprimem estados de espírito muito diferentes. Diz-se ainda que um homem só tem uma espécie de espírito, que tem muitas espécies de espírito e que tem todas as espécies de espírito. Pode ser-se tolo com muito espírito e não ser tolo com pouco. Ter muito espírito é uma expressão equívoca: pode compreender todas as espécies de espírito de que acabamos de falar, mas pode também não se referir a nenhuma em particular. Podemos, às vezes, parecer ter espírito naquilo que dizemos sem o termos no nosso comportamento; podemos ter um espírito limitado; um espírito pode ser adequado a certas coisas e não o ser a outras; podemos ter muito espírito e não servir para nada, e com muito espírito somos às vezes muito incómodos. Parece, no entanto, que o maior mérito desta espécie de espírito é o de agradar na conversação. Embora os produtos do espírito sejam infinitos, podemos, a meu ver, distingui-los da seguinte forma: há coisas tão belas que toda a gente é capaz de ver e de lhes sentir a beleza, há outras que são belas e aborrecem, outras ainda que são belas, que toda a gente sente e admira, embora nem todos saibam muito bem porquê; há outras que são tão finas e delicadas que poucas pessoas são capazes de lhes distinguir todas as belezas, outras há que não sendo perfeitas são ditas com tanta arte, defendidas e conduzidas com tanta razão e tanta graça, que merecem ser admiradas."

in 'Reflexões", La Rochefoucauld

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quinta-feira, setembro 11, 2008

Os Portugueses são profundamente vaidosos...

"Os Portugueses são profundamente vaidosos. Quando me dizem que eu sou muito vaidosa, eu, nisso, sinto-me muito portuguesa. Quando, por exemplo, os Franceses me dizem, com uma linguagem muito catedrática, «eu conheço muito bem os Portugueses através de toda essa onda de emigração, eles são muito humildes e dizem que o lugar onde gostariam de morrer seria em França», eu digo «tenha cuidado, o português mente sempre. É como o japonês, mente sempre.» Porque tem receio de mostrar o seu complexo de superioridade. Ele acha que é imprudente e que é até disparatado, mas que faz parte da sua natureza. Portanto, apresenta uma espécie de capa e de fisionomia de humildade, modéstia, submissão. Mas não é nada disso, é justamente o contrário. Houve épocas da nossa História em que a sua verdadeira natureza pôde expandir-se sem cair no ridículo, mas há outras em que não. E então, para se defender desse ridículo, o português parece essa pessoa modesta, cordata, que não levanta demasiados problemas, seja aos regimes seja na sua vida particular."

in “Dicionário Imperfeito”, Agustina Bessa-Luís

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...

"As rugas são os caminhos por onde a experiência que chega encontra as ilusões que se vão."

Jules Petit-Senn

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Hoje sinto-me assim...

Kristen Davis
"Não esqueças um único instante que é ficar para trás não ir avante."
Ramón Campoamor y Campoosorio

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Arte com ou sem nacionalidade...

"O que se deve entender por arte portuguesa?
Concorda com este termo?
Há arte verdadeiramente portuguesa?

— Por arte portuguesa deve entender-se uma arte de Portugal que nada tenha de português, por nem sequer imitar o estrangeiro. Ser português no sentido decente da palavra, é ser europeu sem a má-criação de nacionalidade. Arte portuguesa será aquela em que a Europa — entendendo por Europa principalmente a Grécia antiga e o universo inteiro — se mire e se reconheça sem se lembrar do espelho. Só duas nações — a Grécia passada e Portugal futuro — receberam dos deuses a concessão de serem não só elas mas também todas as outras. Chamo a sua atenção para o facto, mais importante que geográfico, de que Lisboa e Atenas estão quase na mesma latitude."

in “Portugal entre Passado e Futuro”, Fernando Pessoa

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Honey, Honey...

Honey honey, how you thrill me, ah-hah, honey honey
Honey honey, nearly kill me, ah-hah, honey honey
I'd heard about you before
I wanted to know some more
And now I know what they mean, you're a love machine
Oh, you make me dizzy

Honey honey, let me feel it, ah-hah, honey honey
Honey honey, don't conceal it, ah-hah, honey honey
The way that you kiss goodnight
(The way that you kiss me goodnight)
The way that you hold me tight
(The way that you're holding me tight)
I feel like I wanna sing when you do your thing

I don't wanna hurt you, baby, I don't wanna see you cry
So stay on the ground, girl, you better not get too high
But I'm gonna stick to you, boy, you'll never get rid of me
There's no other place in this world where I rather would be

Honey honey, touch me, baby, ah-hah, honey honey
Honey honey, hold me, baby, ah-hah, honey honey
You look like a movie star
(You look like a movie star)
But I know just who you are
(I know just who you are)
And, honey, to say the least, you're a dog-gone beast

So stay on the ground, girl, you better not get too high
There's no other place in this world where I rather would be

Honey honey, how you thrill me, ah-hah, honey honey
Honey honey, nearly kill me, ah-hah, honey honey
I heard about you before
I wanted to know some more
And now I know what they mean, you're a love machine.

ABBA

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segunda-feira, setembro 01, 2008

Hoje sinto-me assim...

Liv Tyler

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Saber...

"There are only two tragedies in life: one is not getting what one wants, and the other is getting it."

Oscar Wilde

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Alhambra...

autor desconhecido

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Não te queixes...

"Não te queixes.
Recolhe em ti a amargura, não a disperses, não a esbanjes com os outros. Ela é tua, nasceu de ti, da tua miséria, pertence-te como os ossos e as vísceras. Concentra-te nela, absorve-a, faz dela a tua grandeza. Porque só se é grande pelo sofrimento, não pela futilidade do prazer. As pedras não sofrem, Cristo esteve «triste até à morte». Tem desprezo pelos homens felizes, porque dos homens felizes «não reza a história». Só a dor pode medir o teu tamanho de excepção, só ela pode medir o que tu vales. O sofrimento medíocre não dá mais do que a comédia, mas a grandeza da tragédia só pode atribuir-se aos grandes. Não te aconselho a que vás ao encontro da amargura, mas se ela vier ter contigo, acolhe-a com serenidade. Não sucumbas aos seus golpes, aguenta-os até onde puderes. E se és homem de verdade, tu a aguentarás.Também as grandes alegrias são do destino dos grandes, porque elas são irmãs dos grandes sofrimentos. Só os pequenos e mesquinhos se alegram e sofrem com o que é mesquinho e pequeno. Aquilo que é pequeno é imperceptível a quem o não é. Que juízo fazem de ti, se sofres com o que é ridículo? Não sofras. As grandes tempestades, a grande luz solar são a medida da Natureza. Que tu tentes contrariar a alegria que te rodeia na nova Primavera e não o conseguirás. A Terra cumpre-se igual em flores e renovação. Não te queixes. Recolhe-te a ti. E o destino do homem que te sagrou será a tua perfeição."

in "Conta-Corrente IV", Vergílio Ferreira

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