segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Carnaval (1) ...

O Carnaval é um período anual de festas profanas, originadas na Antiguidade e recuperadas pelo cristianismo, que começava no dia de Reis (Epifania) e acabava na Quarta-feira de cinzas, às vésperas da Quaresma. Constituía-se de festejos populares provenientes de ritos e costumes pagãos e se caracterizava pela liberdade de expressão e movimento.

História e etimologia
O Carnaval tem raízes históricas que remontam aos bacanais e a festejos similares em Roma; alguns historiadores mais ousados chegam mesmo a relacionar o Carnaval a celebrações em homenagem à deusa Ísis ou ao deus Osíris, no Egipto antigo.

Em Roma havia uma festa, a Saturnália, em que um carro no formato de navio abria caminho em meio à multidão, que usava máscaras e promovia as mais diversas brincadeiras. Essa festa foi incorporada pela Igreja Católica, e segundo alguns a origem da palavra Carnaval é carrum navalis (carro naval). Essa etimologia, entretanto, já foi contestada. Actualmente a mais aceita é a que liga a palavra "Carnaval" à expressão carne levare, ou seja, afastar a carne, uma espécie de último momento de alegria e festejos profanos antes do período triste da Quaresma.

Em 1091 a data da Quaresma foi definitivamente estabelecida pela Igreja Católica; como consequência indirecta disso, o período de Carnaval se estabeleceu na sociedade ocidental, sofrendo, entretanto, certa a oposição da Igreja, na Europa. Embora alguns papas tenham permitido o festejo, outros o combateram vivamente, como Inocêncio II.

À sequência do Renascimento o Carnaval adoptou o baile de máscaras, e também as fantasias e carros alegóricos. Ao carácter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato actual, que se preserva especialmente em regiões da França, Itália e Espanha.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Eros e Psique...

“Havia em certa cidade um rei e uma rainha; eles tinham três filhas de notável beleza”
(Apuleio, IV, 28)


"Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia."

Texto: Fernando Pessoa
Imagem: Antonio Canova, Eros and Psyche,1786-93, Musée du Louvre, Paris

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terça-feira, fevereiro 21, 2006

Um Dia você aprende que...

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais você se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distancias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vemos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, e nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que se pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus actos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, dos quantos aniversários celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são ridículos, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. Você aprende que realmente pode suportar porque realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar...

William Shakespeare

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A Pequena Sereia...

"A Pequena Sereia era a filha do rei Tritão, era uma sereia diferente das outras cinco irmãs.
Era muito quieta, não era difícil vê-la distante e pensativa. (...)
A Pequena Sereia queria ver as cores douradas que surgiam no céu, quando o sol de escondia no horizonte. A chuva, com as nuvens cor de chumbo.
Conhecer o arco-íris, as flores, as montanhas, as plantas. Às vezes as cinco irmãs subiam juntas à superfície para passear e a Pequena Sereia ficava triste no seu quarto no castelo, sentia uma enorme angústia e uma coisa estranha, parecia ter vontade de chorar, embora as sereias não chorem, pois não têm lágrimas.
Até que o dia tão esperado chegou.
O coração da Pequena Sereia saltitava de felicidade. Recebeu de presente da sua avó um colar de pérolas, símbolo da realeza.
A pequena sereia chegou à superfície na hora do pôr-do-sol. O céu estava dourado com nuvens rosadas. Ela ficou maravilhada com o que via. (...)
Ela avistou um grande navio com três mastros e nadou até ele.
O céu escureceu e no navio foram acesas centenas de lanternas coloridas.
A sereiazinha nadou contornando o navio e pela escotilha do salão viu pessoas alegres, dançando. Um rapaz em especial chamou-lhe atenção. Passadas algumas horas, o vento começou a soprar forte. A Lua e as estrelas desapareceram do céu e começaram a surgir trovões e relâmpagos. (...)
De repente a sereiazinha viu o príncipe. Ele estava-se afogando. Ela sentia que tinha que ajudá-lo. Ela nadou entre os destroços do navio e alcançou-o.
O jovem príncipe estava desmaiado.
Ela segurou firmemente, mantendo a cabeça dele para fora da água e flutuou com ele até a tempestade passar. Ao raiar do sol, a sereiazinha verificou que o príncipe respirava tranquilamente. Ela ficou aliviada em ver que ele estava bem, ficou tão contente que o beijou.
Nadou com ele até uma praia, o deitou na areia e escondeu-se atrás das rochas. (...)
A sereiazinha ficou aliviada por ter salvado o jovem, mas ficou triste pois temia não o ver novamente.
A Pequena Sereia voltou para o seu castelo no fundo do mar.
As irmãs a encontraram triste e quieta. Após longa insistência, a sereiazinha contou-lhes toda a sua aventura. Uma das irmãs sabia quem era o príncipe e sabia que ele morava num castelo à beira-mar. As seis sereias nadaram até lá. Esconderam-se atrás de uns rochedos, esperaram até que viram o príncipe e viram que ele estava bem. A pequena sereia pensava muito no jovem príncipe. Ela daria sua vida para ser humana e encontrar-se com o príncipe
nem que fosse só por um dia. (...)
Numa noite, a Pequena Sereia tomou uma decisão: foi procurar a Feiticeira do Mar.
A feiticeira é uma bruxa, que morava no meio dos redemoinhos, cercada de plantas cheias de espinhos e animais peçonhento e perigosos."

Texto:Hans Christian Andersen
imagem:Yoko Ikeno

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segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Vogue, a minha revista...

A primeira capa da Vogue em Setembro de 1916

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sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Caixa de Pandora...

"Caixa de Pandora é uma expressão utilizada para designar qualquer coisa que incita a curiosidade mas que é preferível não tocar (como quando se diz que "a curiosidade matou o gato"). Tem origem no mito grego da primeira mulher, Pandora que, contra as indicações que lhe tinham dado, teria aberto um recipiente (há polémica quanto à natureza deste, talvez uma panela, um jarro, um vaso...) onde se encontravam todos os males que desde então se abateram sobre a humanidade, ficando apenas a esperança no fundo do recipiente. Existe algumas semelhanças com o mito judaico-cristão de Adão e Eva onde a mulher é, também, responsável pela desgraça do género humano. Segundo a lenda grega, Prometeu criou o homem de argila e roubou a chama sagrada de Hélio (Deus Sol) para dar-lhe o sopro da vida.
O intuito era que o homem ajudaria a cuidar de sua mãe Gáia (Terra). Porém, o homem também era imortal e assexuado, reproduzindo-se de forma rápida.
Prometeu é preso e condenado a ficar acorrentado no alto de uma montanha, onde todos os dias uma águia gigante vem comer-lhe as vísceras que são regeneradas a noite...desta forma Prometeu está fadado a sentir dores por toda eternidade.
Antes porém, ele deixa uma caixa contendo todos os males que podem atormentar o homem com seu irmão Epmeteu, pedindo que ninguém se aproxime da mesma.
Os homens começam a desvastar a Terra e os deuses se reunem e criam uma mulher. Esta, batizada como Pandora, é incumbida de seduzir Epmeteu e abrir a caixa. Naquela época os deuses ainda não moravam no Olimpo, mas sim em cavernas. Epmeteu colocou duas gaiolas com gralhas no fundo da caverna e a caixa entre elas, para que, caso alguém chegasse perto, as gralhas fariam um barulho insuportável, alertando Epmeteu. Pandora o seduziu de tal forma, que conseguiu convencê-lo a tirar as gralhas da caverna, sob o pretexto que tinha medo. Após terem se amado, Epmeteu caiu em sono profundo, Pandora foi até a caixa e abriu. Um sem mais de males tais como: a mentira, doenças, inveja, velhice, guerra, morte...sairam da caixa de forma tão assustadora que ela teve medo e fechou antes que saisse a última delas: o mal que acaba com a esperança."


Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Pandora"
Imagem: Pandora Box, Arthur Rackham

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Geisha


“Os dias são longos no Japão do século XI.
Murasaki Shikibu, a sensível e modesta filha de um poeta de médio escalão da corte, descobre em sua imaginação o modo de colorir o cinzento das horas. Murasaki conta histórias e distrai o tempo, entretém as amigas mais próximas que a ouvem encantadas.
São histórias sensíveis e apaixonadas que Murasaki conta – histórias sobre o deslumbrante príncipe Genji. Ao princípio, as suas narrativas são apenas uma forma de diversão. Entretanto, em pouco tempo, as aventuras amorosas de Genji tornam-se do conhecimento do público e Murasaki transforma-se numa espécie de celebridade no Japão do século XI.
É levada, então por um regente carismático, a aceitar uma posição na corte para entreter a imperadora com as suas histórias. Neste novo cenário, Murasaki vê-se enredada pela densa teia de tramas políticas e intrigas amorosas que começam a se reflectir nas suas histórias.
Uma personagem fascinante que vem resgatar neste romance sensível com delicada subtileza a sensibilidade, a etiqueta, a moda e as preocupações do Japão do século XI, o retrato vívido de uma mulher e do seu tempo
, o mais sumptuoso da história japonesa que ressuscita um passado complexo, transportado para um mundo e uma época de raro exotismo.”

Sinopse do livro “A lenda de Murasaki”
imagem: antigo postal japonês

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quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Lots of Laughter...

Piada ou Anedota
"É uma história curta de final geralmente surpreendente e engraçada com o objetivo de causar risos ou gargalhadas (ou sensação de) no leitor ou ouvinte. É um tipo específico de humor que, apesar de diversos estilos, possui características que a diferenciam de outras formas de comédia. As piadas já foram alvo de estudos académicos sérios. Um bom exemplo é “O chiste e sua relação com o inconsciente”, estudo produzido por Sigmund Freud. O “pai da psicanálise” dividiu as piadas em duas categorias básicas: as “ingénuas” (que utilizam jogos de palavras) e os “chistes tendenciosos” (que possuem um lado erótico e/ou preconceituoso). Enquanto na primeira o humor não estaria no conteúdo, mas na surpresa do trocadilho, na segunda o riso seria provocado pela “aversão às diferenças ou pela zombaria de estereótipos”.

in Wilipédia

A ti Inês, intemporalidade do amor puro levado á morte...

«Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.

Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fermosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.

De outras belas senhoras e Princesas
Os desejados tálamos enjeita,
Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezas
Quando um gesto suave te sujeita.
Vendo estas namoradas estranhezas,
O velho pai sisudo, que respeita
O murmurar do povo e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,

Tirar Inês ao mundo determina,
Por lhe tirar o filho que tem preso,
Crendo que o sangue só da morte indigna
Matar do firme amor o fogo aceso.
Que furor consentiu que a espada fina
Que pôde sustentar o grande peso
Do furor Mauro, fosse a levantada
Contra a fraca dama delicada?"


Luís Vaz de Camões, Os lusiadas, canto III


"Inês de Castro tem assumido características diferentes de acordo com o autor e a época em que os textos são produzidos. A universalidade e intemporalidade do tema do amor puro
(que sobrevive à morte, no caso de D. Pedro; um dos aspectos fecundos da lenda é o da coroação de Inês, já morta, por D. Pedro, e o da vingança cruel do rei, que persegue e executa barbaramente os seus carrascos), a tragédia da morte inocente face à mesquinhez dos interesses humanos, têm garantido à figura de D. Inês uma resistência ao tempo e possibilitado uma actualização permanente, em termos estéticos, dos meios de contar a sua história.
Mais do que uma personagem, Inês, e com ela D. Pedro, é o símbolo do amor inocente e infeliz.
Inês morreu a 7 de Janeiro de 1355."

www.universal.pt/

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terça-feira, fevereiro 14, 2006

Dia 14/Fev ...


ilustração: Liliana Lourenço

O amor anda no Ar e eu c)1.70m não consigo lá chegar!!A todos os encalhados, Feliz Dia da Fita-Cola e do Cravo Vermelho

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Cântico dos cânticos...


"Quão belos são os teus pés nas sandálias que trazes, ó filha de príncipe!
As colunas das tuas pernas são como anéistrabalhados por mãos de artista.
O teu umbigo é uma taça arredondada, que nunca está desprovida de vinho.
O teu ventre é como um monte de trigocercado de lírios.
Os teus dois seios são como dois filhinhos gêmeos duma gazela.
O teu pescoço é como uma torre de marfim.
Os teus olhos são como as piscinas de Hesebon,
que estão situadas junto da porta de Bat-Rabim.
O teu nariz é como a torre do Líbano, que olha para Damasco.
A tua cabeça levanta-se como o monte Carmelo;
os cabelos da tua cabeça são como a púrpuraum rei ficou preso às suas madeixas.
Quão formosa e encantadora és, meu amor, minhas delícias!
A tua figura é semelhante a uma palmeira.
Eu disse.
Subirei à palmeira, e colherei os seus frutos.
Os teus seios serão, para mim, como cachos de uvas,

e o perfume da tua boca como o das maçãs."

Bíblia, Velho Testamento

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segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Não sei se as fadas existem...

Não sei se as fadas existem
Isso é coisa de outras eras
Mas se eu pudesse
Gostaria de ser uma delas.
Aí sim eu ficaria feliz
Viraria este mundo no avesso
Transformaria tudo em amor
E isso seria só o começo.
Do mal faria o bem
De todas as dores a esperança
Do sofrimento tiraria proveito
Para transformar em bonança.
As lágrimas, transformaria em risos
E na descrença colocaria fé.
Assim eu reinaria
E todos iriam saber
Que só o amor constrói
E felizes iriam viver.

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domingo, fevereiro 12, 2006

Gosto quando te calas...

Gosto quando te calas porque estas como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.

Como todas as coisas estao cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estas como distante.
E estas como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz nao te alcanca:
Deixa-me que me cale com o silencio teu.

Deixa-me que te fale tambem com o teu silencio
claro como uma lampada, simples como um anel.
Es como a noite, calada e constelada.
Teu silencio e de estrela, tão longinquo e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estas como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.

Pablo Neruda

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A noite nasce com todos os cheiros...


"A noite nasce com todos os seus cheiros.
A humidade no ar cria um manto que me envolve e acaricia a pele.
São estas gotas no ar que me trazem o teu cheiro.
O cheiro da Lua.
Gotas de mil cores que emanam o aroma do elixir da vida.
O néctar da paixão que escorre sempre que a noite e a lua se juntam.
É na noite que os amantes se entregam.
É na noite que a paixão é fiel aos corpos.
É na noite que os desejos se concretizam.
Quando cada estrela é sinal do amor que brota em cada gemido.
Corpos dourados pela luz do fogo, suados, colados, formando um só.
Numa valsa de erotismo e sensualidade.
Este amor é tudo quanto existe debaixo do céu e para além das estrelas."

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sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Bom Fim de Semana...



Nas portas do céu bati...

Entrem com os dois pés no fim de semana e gozem os momentos com todo o esplendor!

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The look makes the difference...


Resistencia islamica?...
Friday Prayers in Islamabad, Pakistan

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Majestoso...

Photo:Miguel Angel de Arriba Cuadrado

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Agostinho da Silva

"Estamos numa fase de pré-anarquia que vai levarnos a uma nova Idade, mais humanista, mais espiritualizada. As doenças serão combatidas, a produtividade e a distribuição alteradas, os rendimentos das pessoas deixarão de provir dos empregos, que acabarão. A sociedade civil alargar-se-á, o poder será descentralizado, o lazer libertará as populações, a palavra voltará a ter mais importância que a imagem, as pessoas do que as coisas. O século XXI será religioso, fraterno. É precisamente nos períodos de anarquia que se refaz a história, se criam ideias, se lançam ideologias"

Isto é uma declaração de fé humanista. Agostinho da Silva era agnóstico, concluí que ele não acreditava num Deus interveniente na História e na vida das pessoas.
Ele também acreditava em coisas como o Quinto Império, por exemplo.
Se a solução fossem palavras bonitas os problemas da Humanidade estariam há muito resolvidos.

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A Uma Pintora...

Maluda

Famosa pelas janelas, quiosques e telhados de Lisboa que pintou, Maluda morreu no dia 10 de Fevereiro de 1999.

"Na geometria dos teus telhados
Na simetria da tua paisagem
Na luminosidade dos teus quiosques
Na serenidade das tuas janelas
Encontraste a força intelectual
A sabedoria exponencial
A beleza espiritual
De pintar Lisboa
De pintar Portugal."

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quinta-feira, fevereiro 09, 2006

O Voo de Ícaro...

Dédalo era um habilidoso escultor.
As suas obras eram adoradas e respeitadas por todos. Mas a inveja e os ciúmes conduziram o artista à miséria.
Banido de sua terra por ter assassinado o jovem Talo, Dédalo se aventurou pela Ática com seu filho Ícaro e foi acolhido com honras pelo rei Minos, que conquistou a sua amizade.
Mais tarde, o rei o incumbiu de construir um labirinto para afastar o Minotauro (o terrível monstro metade homem e metade touro) do convívio com os demais homens.
E Dédalo o fez: o labirinto era tão cheio de curvas e segredos que ele próprio teve dificuldades para sair de lá. Logo, a amizade de Minos transformou-se em tirania.
Ele confinou Dédalo a uma ilha, da qual jamais poderia sair sem a sua autorização.
Para escapar do rei, Dédalo começou a coleccionar penas de aves diversas, imaginando uma fuga aérea. Então, colando as penas com cera, ele construiu duas asas para ele e mais duas para seu filho. Dali fugiram, alcançando rapidamente uma ilha vizinha a que os aprisionava.

Exaltado com a experiência gloriosa, Ícaro continuou voando.
O seu pai, da terra, o advertia para não voar alto demais, por causa dos raios do sol e nem baixo demais, para que as ondas do mar não o derrubassem. Mas Ícaro não seguiu os conselhos de Dédalo e voou alto. Então, o sol derreteu a cera que ligava as penas, fazendo com que o menino caísse em alto mar. Em poucos instantes, as ondas traziam até a ilha o corpo do menino Ícaro ao seu pai, que nada mais poderia fazer, apenas chorar

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Lugares de sonho

Quando começamos a descrer de utopias?
Quando nossas mentes tornam-se frias a elas?
Quando ocorre a defenestração de nossos sonhos e nas janelas permanecem medonhos horizontes de chão sem fim?

É assim, um dia a gente deixa de lutar, de buscar, de sonhar, de acreditar na metamorfose do mundo! E o fundo sem fim da indiferença ronda, sonda e arromba nossas portas, nossos portos, nossas esperanças mortas e nossos passos tortos.
Nesta hora, somos tijolos compondo o muro, seguro, da castração. Neste agora estamos no solo maldito e escuro da desilusão.

Não há utopias -- lugares dos sonhos -- pois a pragmática do mundo, nada estática, afundou fundo os dias dedicados a elas.
Um solvente universal arremessou pelas janelas da alma os não-lugares para realizar a calma operação da venda de sonhos sem vida pela estabelecida valoração de um vil metal.

From: Icaro

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quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Vai fermosa e não segura...


"Descalça vai para a fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura."

Luis Vaz de Camões
Imagem: Yoko Ikeno

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Diriam eles...

Diria Camões à sua amada:

De vós senhora, é meu coração cativo
Em meu peito guardo vossa imagem serena.
Oh donzela de olhar distante e altivo

Meu coração por vós arde, meu corpo por vós pena.
Se um dia no meu leito vosso corpo reclinar
Quedar-me-ei admirando vossa forma e formosura.
Oh deuses! Cegue eu do outro olho se ousar profanar,
Vosso corpo, vosso encanto. Oh divina criatura!

Diria Bocage a uma ex-donzela:

Eu, Bocage não seria, se ao ver-te seminua
Não levantasse tua saia, tuas rendas e teus folhos
Não montasse e cavalgasse tuas ancas
A minha espada desembainhada, entesoada.

Eu, Bocage não seria, se ao ver-te deitada no leito
Pernas abertas a preceito, não te tirasse virgindade e honra
E se no final da peleja donzela fosses, eu, Bocage,
Arrancaria não um olho! Mas os tomates e a minha porra.

Florbela suspiraria pelo amado:

Ah vem…
Espero-te deitada só de suspirar fico cansada
Sem fôlego, trémula, sem alento.
Meu amor, vem…
Mas vem depressa
Ou quando chegares estarei dormindo a sesta
E terás perdido ao vir, ou não.
O meu desejo, o ensejo, o momento.

Ary declamaria:

Meu amor. Meu amor.
Deitada não és certeza. És espanto.
Amar-te não é arder em fogo brando
Mas soltar corpo, grito, pensamento.
Arder em fogos brandos é para parvos
E burgueses de desejo fraco, coisa mole e verso breve.
Contigo meu cavalo solto até ao orgasmo.
E me arrebento no teu corpo
E me revejo no teu espasmo.

E Pessoa questionar-se-ia:

Penso que te amo. Mas será que te amo?
Vou fumar um cigarro na esplanada
E pensar mais um bocado.
Amo-te?
Ou como poeta sou, finjo amor e amando-te não te amo?
Não sei!
É melhor esperares deitada.
Digo-te lá mais para o fim da tarde.

(sinceramente: adoro o amor de Camões; a loucura de Bocage; o impossivel de Florbela; o arrebatado Ary; e a incerteza de Pessoa. Portugal coração mole!)

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segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Afrodite e Ares


“Ares e Afrodite (Marte e Vénus - romanos) haviam se apaixonado perdidamente e estavam se encontrando às escondidas. Ele dera a ela muitos presentes, e a paixão de ambos estava no auge quando decidiram se encontrar no palácio de Hefastos, marido de Afrodite, num dia em que ele estivesse fora. Mas o Sol permanecera espionando e foi narrar ao ferreiro manco o embuste que se tramava. Consumido pela ira, Hefastos foi directo à sua bigorna e começou a confeccionar uma poderosa rede de correntes de ouro com a qual capturar e prender os amantes.

Com toda a astúcia, ele prendeu as correntes aos balaústres da cama com um tecido diáfano e declarou ostensivamente que ia sair da cidade. Ares, que vinha aguardando essa oportunidade, logo chegou e encontrou Afrodite à sua espera. Cheios de desejo, um pelo outro, correram para o quarto e se deitaram. Mas, exactamente como previra o esperto ferreiro, a teia dourada caiu sobre ambos de maneira que não podiam nem escapar nem se mover.
Ainda agindo como espião, o Sol informou Hefastos da sua presa, e o ferreiro em sua fúria clamou aos gritos que os deuses do Olimpo viessem testemunhar a traição.
Minha teia dissimulada irá mantê-los presos até que o Pai Zeus devolva cada um dos presentes que eu lhe fiz para conquistá-la. Ela pode ser sua filha, e uma linda criatura, mas é escrava das paixões.

Despertados pelos brados enfurecidos, os deuses do Olimpo acorreram todos para ver o que ocorria. As deusas, contudo, permaneceram em casa por modéstia. Quando Poseidon, Apolo e Hermes viram o triste casal, desataram a gargalhar incontrolavelmente. Quando pararam de rir, concordaram que Ares deveria pagar a fiança dos adúlteros – todos, excepto Hermes, que teria ele próprio arriscado qualquer coisa para deitar-se com a deusa dourada.
Finalmente, com Poseidon assegurando que pagaria a fiança de Ares no caso de ele se esquivar, Hefastos libertou-os. E os amantes fugiram – Ares para o norte da Grécia e Afrodite para seu templo favorito em Pafos, no Chipre, onde foi banhada e untada com óleo por suas serviçais, as Graças.”

Odisseia, Homero, Livro 8
Imagem: "Venus and Mars", Sandro Botticelli

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domingo, fevereiro 05, 2006

Boa Semana para todos...


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Segunda ou terça-feira...

"Preguiçosa e indiferente, vibrando facilmente o espaço com suas asas,
conhecendo seu rumo, a garça sobrevoa a igreja por baixo do céu.
Branca e distante, absorta em si mesma, percorre e volta a percorrer o céu,
avança e continua.
Um lago? Apaguem suas margens! Uma montanha?
Ah, perfeito - o sol doura-lhe as margens. Lá ele se põe.
Samambaias, ou penas brancas para sempre e sempre.

Desejando a verdade, esperando-a, laboriosamente vertendo algumas palavras,
para sempre desejando - (um grito ecoa para a esquerda, outro para a direita.
Carros arrancam divergentes, para sempre desejando
com doze batidas eminentes, o relógio assegura ser meio-dia;
a luz irradia tons dourados; crianças fervilham) - para sempre desejando a verdade.
O domo é vermelho; moedas pendem das árvores;
a fumaça arrasta-se das chaminés; ladram, berram,
gritam "Vende-se ferro!" - e a verdade?

Radiando para um ponto, pés de homens e pés de mulheres,
negros e incrustados a ouro - (Este tempo nublado - Açúcar?
Não, obrigado - a comunidade do futuro) - a chama dardejando e enrubescendo
o aposento, exceto as figuras negras com seus olhos brilhantes,
enquanto fora um caminhão descarrega, Miss Fulana toma chá à escrivaninha
e vidraças conservam casacos de pele.

Trêmula, leve-folha, vagueando nos cantos, soprada além das rodas,
salpicada de prata, em casa ou fora de casa, colhida, dissipada,
desperdiçada em tons distintos, varrida para cima, para baixo, arrancada,
arruinada, amontoada - e a verdade?

Agora recolhida pela lareira, no quadrado branco de mármore.
Das profundezas do marfim ascendem palavras que vertem seu negrume.
Caído o livro; na chama, no fumo, em momentâneas centelhas - ou agora viajando,
o quadrado de mármore pendente, minaretes abaixo e mares indianos, e
nquanto o espaço investe azul e estrelas cintilam - verdade?
Ou agora, consciente da realidade?

Preguiçosa e indiferente, a garça retoma; o céu vela as estrelas; e então as revela."

Virginia Woolf

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Sonho de uma noite de Verão...



Numa noite de verão, num bosque, quatro jovens enamorados encontram-se e
desencontram-se.
Lisandro ama Hérmia que ama Lisandro e é amada por Demétrio, que é amado por Helena; Demétrio ama Helena, que ama Demétrio e é amada por Lisandro, que é amado por Hérmia.
Na manhã seguinte, tudo se resolve, há um casamento triplo, casam-se também o Duque de Atenas e a Rainha das Amazonas.
Na festa, no Palácio do Duque, apresenta-se uma peca de teatro amador, escrita e encenada por trabalhadores locais.
Hilariante de tão ruim a "comédia trágica" que teve ensaio naquela noite de verão naquele bosque, habitado por fadas e duendes que tem o seu Rei e a sua Rainha, em que ambos disputam a guarda de um menino indiano e por isso a faz apaixonar, naquela noite de verão, por um mortal com cabeca de burro.
Accão e movimento, paixões e casamentos, brigas e reconciliacões, equívocos e finais felizes.

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A todos os meus queridos lampiões...


O 3-1 é para manter ou?...

Provocações...

E se nos fossemos como os muçulmanos e também não aceitássemos provocações religiosas?
Como reagiríamos a imagens como estas?
Uma questão a pensar...
Quem tem razão?

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sexta-feira, fevereiro 03, 2006


è prá 'qui que eu vou amanhã se me sair o tão "fraco" EUROMILHOES!!!

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Feel the rain on your skin...

"I am unwritten, can't read my mind, i'm undefined
I'm just beginning, the pen's in my hand, ending unplanned

Staring at the blank page before you, open up the dirty window
Let the sun illuminate the words that you could not find
Reaching for something in the distance
So close you can almost taste it
Release your innervisions

Feel the rain on your skin
No one else can feel it for you
Only you can let it in
No one else, no one else
Can speak the words on your lips
Drench yourself in words unspoken
Live your life with arms wide open
Today is where your book begins
The rest is still unwritten

I break tradition, sometimes my tries, are outside the lines (yeh yeh)
We've been conditioned to not make mistakes, but i can't live that way

Staring at the blank page before you, open up the dirty window
Let the sun illuminate the words that you could not find
Reaching for something in the distance
So close you can almost taste it

Release your innervisions

Feel the rain on your skin
No one else can feel it for you
Only you can let it in
No one else, no one else
Can speak the words on your lips
Drench yourself in words unspoken
Live your life with arms wide open
Today is where your book begins

The rest is still unwritten
"
Unwritten, Natasha Bedingfield

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Alice, Tweedledee, Tweedledum


Alice era uma menina com muita imaginação.
Uma manhã em que estava a estudar no campo com a professora... adormeceu! E deixou-se levar...!
Acordou ao som de uma vozita!
E viu um coelho muito estranho a correr.
- Tou atrassado! Tou atrassado!
- Espera-me, senhor Coelho! - gritou muito animada.
E levantou-se.
Perseguiu a personagem, mas este era muito rápido e meteu-se num buraco muito fundo, desaparecendo.
Alice seguiu-o e caiu num poço sem fundo, mas não se magoou...
Até que chegou a um corredor mágico, onde viu entrar o coelho.
Para o seguir teve que beber uma poção e morder numa rolha! Diminuiu de tamanho, ficando pequenina!
Chegou então ao País das Maravilhas, onde dois irmãos se riram dela!
Alice viu o coelho e entrou numa casa.
Comeu um bombom que estava em cima da mesa... e cresceu.
Cresceu tanto que "transbordou" da casa!
Para mais o coelho, em vez de ajudá-la, preferiu sair dali a correr.
Então Alice mordeu uma noz... e ficou pequena de novo!
Saiu dali apressada.
Encontrou o Gato dos Desejos, o qual a levou à festa
mais esquisita que jamais tinha visto.
Lá chegados uma lebre disse-lhe que estavam a celebrar
uma festa de aniversário.
- Procuro um coelho branco! - declarou Alice.
Indicaram-lhe um cruzamento de caminhos.
Alice escolheu um ao acaso.
Depois de muito caminhar, encontrou finalmente o coelho.
- Alto, menina. A Rainha está a chegar. Vai-te embora!
Alice não percebeu nada.
Viu uns valetes com pernas a pintar as rosas de vermelho.
E de repente chegou a Rainha.
Quis jogar criquet com Alice, e foi um sarilho.
O gato fez cair a Rainha...!
Porém, ao levantar-se, ela gritou que lhe faltavam os brincos reais!
- Eu não os tirei, senhora! disse Alice assustada.
- O meu carrasco vai-te cortar a cabeça - anunciou a Rainha.
- Levem-na para a cela! - gritou.
Nesse momento Alice voltou ao mundo real...!
Tinha tido um pesadelo?
Olhando em volta descobriu o coelho branco junto a uma árvore florida.
O coelho afinal existia mesmo.

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1001 noites

“Nesse momento da sua narrativa,
Sheherazade viu aparecer amanhã e discreta calou-se,
sem se aproveitar mais da permissão recebida.
Então sua irmã, Doniazad, disse:
-Ó minha irmã, como tuas palavras são doces, gentis e saborosas.
E Sheherazade respondeu:
-Mas elas não são verdadeiramente nada se comparadas
ao que contarei aos dois, na próxima noite, se contudo eu estiver
ainda viva, e se o Rei houver por bem me preservar!
E o Rei disse a si próprio:
-Por Alá! Eu não a matarei senão depois de ter ouvido
o resto do conto!
O Rei e Sheherazade passaram a noite enlaçados.
De manhã o rei saiu para presidir os negócios da justiça.
O vizir chegou, trazendo a mortalha destinada a sua filha
Sheherazade, que ele já acreditava morta.

Mas o Rei nada lhe disse sobre tal assunto e continuou a fazer
justiça, nomeando uns, destituindo outros, e isso até o fim do dia.
O vizir ficou perplexo e no auge do espanto.
Quando terminou o dia, o rei retornou ao palácio.”

Malba Tahan
imagem Yoko Ikeno

“Se a eloquência te escolhesse como pai, ela refloresceria!
E a ninguém mais, além de ti, ela poderia escolher.
Ó luminoso rosto cuja claridade embaçaria a chama de uma
brasa ardente!
Tuas altas acções te fizeram atingir os alcantis da glória
E tu és o bem amado do destino, que nada tem a recusar-te!”

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